Boné, como já diz o próprio apelido, jamais tira o adereço da cabeça e quase nunca a levanta para falar. Uma fala tranqüila, meio arrastada, como quem já carrega alguns sofrimentos pela vida. Segundo os companheiros que também freqüentam a cooperativa, ele se esconde para não ser reconhecido pela polícia, na qual teria algumas passagens.
Suposições a parte, Boné, que preferiu não revelar seu nome, assume que já morou na rua, pediu esmola em sinaleira e até mesmo já fez pequenos furtos. Hoje, ele garante que não faz mais nada disso. Muito confuso, ele conta algumas histórias sem muito sentido, que não se completam, que as vezes parecem nem mesmo serem dele. Admite que essa agitação tem um pouco a ver com o tempo que usou drogas, crack inclusive. Foram tempos difíceis, diz ele, mas que ele também não se lembra de ter tido períodos fáceis na sua vida. Nos poucos momentos que levantou um pouco seu olhar, foi para agradecer a Ceará, coordenador da cooperativa de lixo, pela oportunidade de mudar sua história.
Grunhindo, como na maioria dos seus depoimentos, fica impossível constatar se em algum momento ele se emociona. Contudo, fica clara a sua mudança de humor quando fala da família. Logo fica nervoso e muda de assunto. Diz que nunca teve certidão de nascimento, RG ou algum outro documento de identificação, quem dirá família. Boné, analfabeto, confessa que já teve vontade de aprender um dia, mas que logo passou, não era coisa pra ele. Assume também não saber nada sobre cidadania ou política, segundo ele isso não são coisas que o mundo ensina. A única coisa que ele sabe sobre o mundo, está ali no lixo.
E do lixo Boné tira seu sustento, quase ínfimo é verdade. Ceará, com pena e com medo de que ele voltasse para as ruas e a praticar roubos, cedeu um quartinho nos fundos da cooperativa. O pagamento, é claro, é com muito trabalho. Em troca do seu suor Boné ganha o quartinho e três refeições por dia.
Essa é apenas uma história no meio da de muitos brasileiros que vivem em situação parecida com a desse senhor. Infelizmente esse boné, caberia na cabeça de muitos outros brasileiros...
Suposições a parte, Boné, que preferiu não revelar seu nome, assume que já morou na rua, pediu esmola em sinaleira e até mesmo já fez pequenos furtos. Hoje, ele garante que não faz mais nada disso. Muito confuso, ele conta algumas histórias sem muito sentido, que não se completam, que as vezes parecem nem mesmo serem dele. Admite que essa agitação tem um pouco a ver com o tempo que usou drogas, crack inclusive. Foram tempos difíceis, diz ele, mas que ele também não se lembra de ter tido períodos fáceis na sua vida. Nos poucos momentos que levantou um pouco seu olhar, foi para agradecer a Ceará, coordenador da cooperativa de lixo, pela oportunidade de mudar sua história.
Grunhindo, como na maioria dos seus depoimentos, fica impossível constatar se em algum momento ele se emociona. Contudo, fica clara a sua mudança de humor quando fala da família. Logo fica nervoso e muda de assunto. Diz que nunca teve certidão de nascimento, RG ou algum outro documento de identificação, quem dirá família. Boné, analfabeto, confessa que já teve vontade de aprender um dia, mas que logo passou, não era coisa pra ele. Assume também não saber nada sobre cidadania ou política, segundo ele isso não são coisas que o mundo ensina. A única coisa que ele sabe sobre o mundo, está ali no lixo.
E do lixo Boné tira seu sustento, quase ínfimo é verdade. Ceará, com pena e com medo de que ele voltasse para as ruas e a praticar roubos, cedeu um quartinho nos fundos da cooperativa. O pagamento, é claro, é com muito trabalho. Em troca do seu suor Boné ganha o quartinho e três refeições por dia.
Essa é apenas uma história no meio da de muitos brasileiros que vivem em situação parecida com a desse senhor. Infelizmente esse boné, caberia na cabeça de muitos outros brasileiros...
Nenhum comentário:
Postar um comentário